Sonhar é criar um território existencial, transgredir limites impostos e
afirmar a própria história.

Dessa reflexão nasce o projeto Sonhe como uma Garota, desenvolvido com ações para escutar, conhecer e compartilhar histórias de mulheres, enredando com a mesma relevância as superações do cotidiano pela atuação de nossas avós, mães, tias, irmãs, filhas, amigas, juntamente com jornadas daquelas que abriram clareiras para expandir a atuação na vida pública.
No mergulho dessas narrativas, por meio de um processo sensível de escuta e colheita de sonhos, as memórias individuais se entrelaçam à história coletiva da mulher na sociedade. Ao compor esse tecido vivo, revela-se a espiral do tempo, uma fusão das conquistas e experiências para seguir com esperança.
Idealizada pelas escritoras Gabriela Romeu e Penélope Martins, A Roda dos Sonhos abarca o universo onírico do circo, espaço genuíno e imemorial da fantasia, e convoca o imaginário da literatura para fortalecer o exercício da política do sonho. Desse modo, constrói uma ponte para que as pessoas ressignifiquem suas oralidades. Os diálogos intergeracionais reverberaram de territórios diversos de leitura, incluindo bibliotecas públicas e comunitárias, e podem ser vivenciados na instalação Tenda da Babilônia e na exposição Acrobatas em Cartaz (ateliê criado por Bianca Habib).
Outra ação do projeto, Sonhar em gesto e fios, concebida por Bia Padial, traz o resultado da experiência de mulheres que bordaram seus próprios retratos, um manifesto visual e tátil de linhas que entrelaçam múltiplas trajetórias.
Assim como o retrato, a metáfora da máscara remete aos inúmeros desafios que cada mulher enfrenta, ser pesquisadora, empreendedora, tutora, artista e tantas outras atribuições do viver. Com a força da maquiagem da palhaça, biografias de mulheres relevantes em seus campos de atuação abrem a ribalta com o registro audiovisual Máscara em Cena. Para a jornada das mulheres continuar a nos inspirar, a exposição ainda traz uma breve linha do tempo com os feitos de algumas delas.
Representar uma ideia de futuro mais justo e igualitário requer ampliar perspectivas da política do sonho e suas transformações ao longo do tempo, o que pode ser lido com o estudo quantitativo conduzido pela Think Olga, que ouviu mais de mil mulheres pelo Brasil e apontou mudanças no modo de sonhar entre as gerações.
Sonhe como uma Garota é um convite à escuta e ao retorno do ato revolucionário de imaginar para transformar a realidade.
Camila Alves
Diretora Geral
Navegue pelos Sonhos

SONHAR EM GESTOS E FIOS
Se o corpo pudesse contar histórias, quais sonhos ele revelaria? E se, além do gesto, fosse possível bordar simbolicamente esses sonhos, costurando neles a vitalidade que nos impulsiona a seguir?
Essas questões guiaram a colheita de sonhos com mulheres entre 30 e 75 anos, de Parelheiros e do Jardim São Luís, nos encontros do projeto Sonhe como uma Garota. Em três momentos, elas se revisitaram: primeiro, em um gesto simbólico capturado em retrato; depois, ao se contemplarem nas imagens e reconhecerem em si suas próprias trajetórias; e, por fim, ao bordarem suas histórias, unindo memória e criação.
Cada ponto costurado foi também um diálogo com seus sonhos—os já vividos, os transformados pelo tempo e os que ainda nascem. Porque sonhar nunca é um ato solitário: é um fio invisível que atravessa tempos, corpos e gestos, costurando histórias que insistem em florescer.
Visite a Exposição Sonhe como uma Garota
Biblioteca Parque Villa-Lobos
Parque Villa Lobos - Av. Queiroz Filho, 1205 - Alto de Pinheiros, São Paulo - SP
De 8 a 30 de março de 2025
Entrada franca.
SONHE COMO UMA GAROTA mais que um projeto cultural, é um movimento que se entrelaça com as conquistas passadas, presentes e futuras das mulheres, reconhecendo e honrando suas trajetórias.











